A gestão do prefeito Jonas Eduardo de Queiroz Moraes, em Poconé, volta a ser alvo de críticas e suspeitas de irregularidades após a publicação da Portaria nº 259/2025, que exonerou, a pedido, o então secretário municipal de Meio Ambiente, Ademir Aparecido Zulli. No entanto, a exoneração foi seguida por um movimento controverso: a tentativa de nomear o mesmo servidor condenado em segunda instância para um cargo efetivo por concurso público.
Zulli aparece na lista de convocados do concurso público nº 002/2022 da Prefeitura de Poconé para o cargo de Fiscal de Tributos, mesmo sendo legalmente impedido de assumir função pública em razão de uma condenação judicial confirmada em 2ª instância, conforme consta em decisão. A legislação vigente é clara: candidatos com condenação não podem tomar posse em cargos efetivos, já que precisam apresentar certidões negativas criminais e cíveis de todas as instâncias.
A situação tem causado revolta na cidade e nos bastidores da política local. Zulli é aliado direto do prefeito Jonas e já foi impedido de disputar eleições por conta da mesma condenação. Agora, a tentativa de inseri-lo nos quadros da Prefeitura por meio do concurso é vista por muitos como um drible a justiça em Poconé.
“É mais uma manobra escancarada para proteger aliados políticos. Usam o concurso público, que deveria ser sinônimo de meritocracia e legalidade, como ferramenta de barganha”, afirmou um servidor que preferiu não se identificar.
A convocação irregular deve ser alvo de ação do Ministério Público, que já estaria acompanhando o caso e pode abrir procedimento para apurar improbidade administrativa e eventual fraude no processo de nomeação.