A ministra do Capital Humano da Argentina, Sandra Pettovello, ameaçou nesta segunda-feira (18) cortar programas sociais de quem bloquear ruas durante os protestos marcados por organizações sociais para a próxima quarta (20).
É a segunda ofensiva do governo do presidente Javier Milei para desmobilizar os protestos, que miram nas medidas econômicas e no ajuste fiscal —o chamado "Plano Motoserra— anunciados em 12 de dezembro. A primeira havia sido a ameaça de prender quem bloqueia as vias, feita dia 14 pela ministra Patrícia Bullrich, da Segurança Nacional.
Cortar programas sociais de quem bloqueia as ruas durante manifestações foi promessa de campanha de Milei, que repetiu o slogan "el que corta no cobra" ("quem corta, não recebe"). O bordão contraria o lema “viva la libertad, carajo” ("viva a liberdade, caralho"), também usado pelo político.
"Protestar é um direito, mas também é um direito circular livremente pelo território argentino para ir ao local de trabalho", afirmou Pettovello, em vídeo transmitido nas redes sociais do governo. Fazendo um apelo para as mães que recebem benefícios, ela disse: "Quem promover, instigar, organizar ou participar de piquetes perderá todo tipo de diálogo com o Ministério do Capital Humano".
Ela também disse que uma auditoria dos beneficiários de programas sociais começará com o objetivo de eliminar a intermediação, ou seja, impedir que lideranças de movimentos sociais tenham o poder de cadastrar usuários em programas sociais. Segundo o portal Infobae, um exemplo é o programa Potenciar Trabajo, que paga 78 mil pesos a desempregados.
“Os certificados de presença serão eliminados”, informou Petovello, numa medida que aponta na mesma direção, que os responsáveis pelas organizações não poderão acompanhar quem participa das marchas.