Deputados estaduais saíram em defesa do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), diante da polêmica envolvendo o leilão para compra de 263 mil toneladas de arroz pelo Governo Federal. Valdir Barranco (PT), Júlio Campos (União Brasil) e o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União Brasil) ressaltaram a importância de ter um representante de Mato Grosso à frente do ministério, que é considerado um dos mais importantes do país e afirmaram não acreditar na sua “queda”.
“Estamos torcendo para que não [caia] porque é importante para o Estado ter o ministro lá. Embora é importante também esclarecer porque com certeza as coisas não andaram muito corretas ali, mas estamos torcendo para manter o ministro. É importante ter alguém que possa dialogar com todos os produtores aqui de Mato Grosso, alguém acessível para todos, então é importante para nós mantermos o ministro Fávaro lá”, declarou Botelho à imprensa, nesta quarta-feira (19).
O nome de Fávaro tem estado em evidência desde a semana passada, quando o Governo Federal decidiu anular a compra do arroz após uma série de inconsistências envolvendo as empresas vencedoras do leilão.
O leilão foi feito por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para adquirir o produto a fim de evitar uma possível escassez decorrente das enchentes no Rio Grande do Sul, mesmo o Governo tendo anunciado que teria arroz suficiente em estoque, a fim de garantir a regulação do mercado.
Na manhã desta quarta-feira (19), Fávaro prestou esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Câmara sobre os apontamentos em relação a compra do arroz importado.
Júlio Campos alerta que existe uma pressão grande de outros partidos que têm interesse no cargo ocupado por Fávaro, mas acredita que o trabalho que o ministro vem desenvolvendo tem agradado o presidente da República Lula (PT) e por isso não teria motivos para exonerá-lo do cargo.
“Sabemos que existe uma pressão muito grande por parte de alguns partidos políticos, em especial o PP do Arthur Lira, para substituir Carlos Fávaro por uma pessoa do seu grupo, da sua confiança, mas acho que o trabalho que o ministro vem desempenhando nesse um ano e meio de mandato junto com o Governo Lula, ele ficou bastante conceituado pelo presidente da República e sua substituição, se ocorrer, será só no ano que vem”, argumentou Júlio.
Já o petista Valdir Barranco ressalta que a polêmica em torno do leilão em nada atinge o ministro e afirma que Lula confia no trabalho idôneo de Fávaro.
“Eu vi nada que desabone a conduta do ministro Carlos Fávaro. O Lula gosta muito do Fávaro, ele tem feito um excelente trabalho, tem sido muito elogiado, Mato Grosso ganha muito com o Fávaro lá e nós não podemos em hipótese alguma, inclusive temos que afastar qualquer relacionamento de distanciamento político porque nós não podemos perder o Ministério da Agricultura, é um dos ministérios mais importantes do nosso país para outro Estado e o Fávaro tem feito um trabalho sério, idôneo, competente, aberto novos mercados, licenciado plantas frigoríficas então eu não vejo nesse momento qualquer possibilidade que isso aconteça”, concluiu Barranco.