O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que este mês de março será de chuvas abaixo da média em grande parte do território de Mato Grosso. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a falta de chuvas nesse período pode interferir na produtividade do milho e algodão.
Atualmente, os solos de Mato Grosso estão se despedindo da primeira safra da soja. De acordo com dados do Imea, 90,42% da leguminosa já foi colhida no Estado, e a previsão é que chegue a 100% até o início de abril.
Nesta época do ano, as lavouras começam a receber a segunda safra do milho e do algodão. O Imea mensura que 97,81% da área destinada ao cultivo do cereal está semeada e todos os talhões reservados para a fibra foram plantados.
A gestora de Desenvolvimento Regional do Imea, Vanessa Gasch, indica que a preocupação, no momento, está voltada para o desenvolvimento dessas culturas, tendo em vista os estragos que as condições climáticas atípicas causaram à última safra da soja, no final do ano passado.
“Ainda é difícil falar com certeza qual vai ser o impacto dessa redução de chuvas, mas, se de fato ela [a previsão climática] se consolidar, vai prejudicar a produtividade”, afirma.
A forte estiagem que atingiu o país em 2023 diminuiu a produtividade da soja 23/24. A falta de chuva regular, associada à alta temperatura, não permitiu que a leguminosa se desenvolvesse de forma satisfatória.
Em dezembro, mais de 700 hectares precisavam ser replantados, o que motivou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a ampliar o prazo de semeadura. Muitos produtores não quiseram replantar e optaram por investir em outras culturas.
A produtividade da soja 23/24 diminuiu quase 10 sacas/hectare em comparação com o período 22/23. A safra atual está em 52,81 sacas/hectare, enquanto que a anterior foi de 62,3 sacas/hectare.
Existe o receio de que essa diminuição na produtividade agrícola acabe se repetindo, mas Gasch esclareceu que somente no final do mês de março será possível mensurar os impactos.
“Quando chegar no fim do mês de março é que vamos ter uma perspectiva mais certa do impacto dessa falta de chuva. Pode ser que a previsão não se consolide, por exemplo, ou que ela aconteça com mais intensidade do que estão prevendo. Então tudo isso acaba interferindo na produtividade”, diz.