Centroavante do time de futebol ‘Amigos WT’, Alex Junior Santos de Alencar, vulgo Soldado, atuava na ocultação de bens e valores no núcleo criminoso de Paulo Witer Farias Paelo, o WT, principal alvo da Operação Apito Final. Considerado um dos braços-direitos do tesoureiro do Comando Vermelho em Mato Grosso, Alex era um dos responsáveis por administrar um mercado utilizado para a lavagem de dinheiro do tráfico e movimentou mais de R$ 1 milhão da organização criminosa (Orcrim). Alex foi preso no última dia 29, junto com WT, em um torneio de futebol amador que acontecia em Maceió, Alagoas.
De acordo com a investigação policial que descortinou o esquema criminoso, o braço-direito de WT era um dos responsáveis por administrar o Supermercado Alice, localizado em Várzea Grande, utilizado pelo grupo para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
Mesmo sem renda lícita declarada, Soldado movimentou R$ 1.007.178,54 em crédito e R$ 1.022.761,18 em débito, em um período de pouco mais de dois anos, entre janeiro de 2020 e setembro de 2022.
Ele também agia sob a ordem de Paulo Witer numa espécie de ‘delivery de capitais’, ou seja, ele entregava valores em espécie que seriam utilizados na compra de imóveis com o objetivo de ocultar o patrimônio das autoridades.
Como exemplo, foi Alex quem entregou cerca de R$ 350 mil em espécie para a esposa de WT, Cristiane Patricia Rosa Prins, adquirir um apartamento no Edifício Arthur, localizado no bairro Duque de Caxias II, em Cuiabá. Além disso, outros R$ 100 mil foram transferidos a partir da conta bancária de Soldado para Cristiane (veja prints no final da reportagem).
O centroavante também utilizou a companheira, Jaiane Suelen Silva de Arruda, como ‘laranja’ para a aquisição de dois ‘carrões’, uma Chevrolet S10 e um Toyota Corolla.