A juíza Giovana Pasqual de Melo, da 4ª Vara Cível de Sinop (480 km de Cuiabá), homologou o plano de recuperação judicial do Grupo Ihagro. O conglomerado do agronegócio formalizou pedido para reestruturar as finanças em dezembro de 2022, quando informou à Justiça que acumulava dívidas na ordem de R$ 65,9 milhões. Pouco mais de um ano depois, o grupo conseguiu quorum da maioria dos credores para aprovação do palno em Assembleia Geral. Homologação foi assinada no dia 28 de fevereiro.
A atividade do grupo começou em 1984 com a chegada da família de Joel Lindolfo Hasse a Mato Grosso. Até 2016, o grupo ostentou uma trajetória próspera na região do município de Tapurah, mas tiveram as economias abaladas após negociação com uma empresa que teria desviado cargas de milho e ainda induzido o Judiciário ao erro para executar o conglomerado.
A alta do dólar, greve dos caminhoneiros, fatores climáticos, a pandemia de covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânica foram outros dos motivos que levaram o grupo recorrer à Justiça, por meio do escritório Sguarezi e Vieria Advogados, para buscar a reestruturação financeira.
Na Assembleia Geral de Credores, houve aprovação do plano, pela maioria simples dos credores titulares de créditos com garantia real e dos credores quirografários, presentes no ato. Também houve aprovação do plano por mais da metade do valor total dos créditos presentes, em relação às referidas classes.
"Assim, com fulcro no artigo 58 da LRF, CONCEDO a recuperação judicial de IHAGRO AGROPECUÁRIA LTDA, JOEL LINDOLFO KASSE, SONIA SALETE VIGNAGA, JULIANO HASSE, JOSIANE SEGAT HASSE LTDA, LUCAS DANIEL HASSE e FELIPE HASSE, observando-se as disposições contidas nos artigos 59 a 61, da citada lei", despachou a juíza.