Por 16 votos a 4, os vereadores da Câmara Municipal aprovaram, na sessão plenária desta quarta-feira (16), a Prefeitura de Cuiabá a pegar um empréstimo de R$ 139 milhões com o Banco do Brasil.
Conforme o projeto lido pelo líder da prefeitura, vereador Marcrean Santos (MDB), os R$ 139 milhões serão aplicados para a construção de usina de energia solar (R$ 75 milhões), conclusão das obras do Contorno Leste (R$ 50 milhões), recapeamento asfáltico (R$ 9,5 milhões) e o término da revitalização do Mercado do Porto (R$ 4,5 milhões).
Marcrean disse que, com a usina de energia solar, a prefeitura vai economizar mais de R$ 1 milhão já no segundo mês.
Votaram contra a matéria os vereadores Maysa Leão (Republicanos), Cezinha Nascimento (União Brasil), Robinson Cireia (PT) e Fellipe Corrêa (PL).
Na votação da emenda apresentada pela prefeitura, que demonstrou a forma de aplicação do empréstimo, a votação teve um placar de 17 votos favoráveis e nenhum contrário. Os parlamentares, que votaram contra a matéria principal, decidiram não manifestar o voto. São eles o Dr. Luiz Fernando (União Brasil), Maysa Leão (Republicanos), Renivaldo Nascimento (PSDB), Cezinha Nascimento (União Brasil), Michelly Alencar (União Brasil), Eduardo Magalhães (Republicanos) e Fellipe Corrêa (PL). Paulo Henrique (MDB) não votou por não estar presente na sessão.
O vereador Fellipe Corrêa (PL) criticou o fato do projeto de pedido de empréstimo não estar em pauta e citou que a prefeitura acumula dívidas de R$ 2 bilhões dos dois mandatos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e gestões anteriores.
“Não é o primeiro projeto hoje que eu peço para a minha assessoria mandar o link para mim porque ele não está aqui [pauta do dia]. [...]. Somando ano após ano de irresponsabilidade financeira, estamos finalizando a gestão com quase R$ 2 bilhões em dívida. Eu não vou assinar uma autorização de empréstimo de mais de R$ 130 milhões para esse prefeito kamikaze. Ele não pode destruir, com o apoio da oposição desta Casa, ainda mais as condições financeiras dessa cidade”, justificou o voto contrário.
Fellipe, em outro momento da sessão, classificou como bizarro votar um projeto que os próprios vereadores não puderam ler.
O vereador Dilemário Alencar (União Brasil), justificou o voto favorável mesmo sendo do grupo de oposição. Para o parlamentar, a aprovação não significa que o empréstimo será dado agora, já que depende de aprovação de órgãos do Governo Federal. Ele acredita que, quem vai ter que lidar com os recursos, é o seu sucessor.
“Na perspectiva de que é necessário terminar o mercado do porto, o contorno leste e o recapeamento asfáltico para os bairros da cidade, eu acho que é importante, mais importante ainda que esses recursos não vão ser aplicados nesse governo mequetrefe”, analisou.